A nossa realidade até pouquíssimo tempo atrás era de conversas casuais entre pais no portão e pátio das escolas (as que dão espaço para a sua entrada) uma ou duas vezes por semana para tratar de assunto como desempenho escolar dos filhos, combinar um encontro no final da semana, pedir sugestões de bons lugares para o passeio do final de semana com as crianças e por aí vai…
O movimento que se vê atualmente é a substituição ou complementação instantânea dessas conversas pelos grupos de WhatsApp dos pais das turmas da escola dos filhos.
Indiscutíveis os benefícios gerados pela tecnologia para a educação e instituições escolares, não é mesmo? No entanto temos que discutir os limites de seu uso em prol dessa mesma educação.
Quero hoje falar especialmente desse aplicativo WhatsApp, tão em evidência e um dos mais utilizados pelos usuários de telefones móveis.
Um moderador toma o cuidado de colocar em contato todos os pais dos alunos da turma… E para quê isso? Já se perguntaram quanto ao objetivo de fazer parte desse modelo de relacionamento virtual?
Faça esse exercício, uma breve reflexão: “Qual o meu papel no grupo do WhatsApp da turma do meu filho? Para que estou aqui?”.
Tem sentido quando o assunto é organizar uma confraternização com todos da turma (ou talvez nem isso), no entanto pouco sentido quando o torna-se local de dúvidas de lições de casa ou até mesmo espaço de desabafo de situações que desagradaram na escola durante a semana.
Infelizmente a situação vivenciada no universo escolar, em vez de fortalecer o vínculo entre escola e pais, tem andado pelo caminho contrário. Incrível como essa pequena ferramenta tem conseguido abalar e descontruir a relação família-escola, tão essencial para o desenvolvimento das crianças e adolescentes. O diálogo com a escola para resolução dos problemas que ocorrem na própria escola são quase o último artifício utilizado, pois antes dele vêm as perguntas e certificações “para” o WhatsApp.
As relações sociais se tornam cada vez mais virtuais. Os problemas nem sempre são resolvidos. A tríade aluno-família-escola fica fragilizada. E seguimos com a problemática: Que modelo de comunicação e relação estamos oferecendo a nossos filhos?
Não pretendo aqui destruir a função do aplicativo, mas vale algumas dicas para um uso moderado a seu respeito, especialmente no âmbito escolar:
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